quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O sul/sudeste é o meu país?

O que se viu, após o anúncio da vitória de Dilma Roussef foi uma enchurrada de asneiras e bobagens. A maior delas foi a de que só o sul/sudeste sabe votar e que aquela sra. foi eleita por um bando de ignorantes, analfabetos, desnutridos e etc.

Pois bem. Analisando a imagem abaixo, podemos tirar algumas conclusões:

Extraída do blog do Campbell: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi_BoglEaHmx6xOZBPRFn5Cco30vvxfJMiV_jP1l4qCW9QXlP72brUDppeXiP6nN2_5vGkFu-QUAdoW1qIvmUkz2AkJAXbb-8Y6ADyNR_jX1T8YPere9g03-34-r89u1_wF6kmtUt7_Mk/s1600/votos+por+regiao.jpg
Se somarmos a votação de José Serra nas regiões sul e sudeste, totalizamos 29.403.649 votos.
Se somarmos a votação de Dilma Roussef nas regiões sul e sudeste, totalizamos 29.807.768 votos.

Portanto, tire suas conclusões sobre a intenção de votos da elite intelectual, produtiva, trabalhadora, civilizada e outras qualidades, dos sul e sudeste do Brasil.

Mas este é o dado mais importante:

Abstenção em SP: 19,15%
Abstenção no RJ: 21,03%
Abstenção em MG: 20,98%
Abstenção no ES: 20,93%
Abstenção no PR: 19,63%
Abstenção em SC: 16,89%
Abstenção no RS: 17,71%

Esses percentuais não montam milhares de votos, mas sim, MILHÕES. Ou seja, fizeram a diferença no resultado final das eleições. E o que se viu pelos noticiários do país na segunda-feira? Pessoas felizes, na praia dizendo: "Ah, eu prefiro a praia à urna de votação!" E aonde mais se viu tais comentários? Nas regiões sul e sudeste.

Questiono então o grau de preocupação e comprometimento da população destes estados com o processo eleitoral e com o "futuro do país", como se viu após o pronunciamento do vencedor.

Já postei anteriormente e reitero: ambos os candidatos me preocupavam. No meu entender, nenhum dois dois era bom e continuo com tal opinião, porém, fico agora mais preocupado é com a consciência e "esquizofrenia política" destes cidadãos que criticam oportunamente, achincalhando o voto dos outros quando quiçá foram votar.

Queremos viver uma democracia ou uma aristocracia? A segunda, ao que me parece nos comentários de muitos nas redes sociais. E isso, em muito, me preocupa.

Ao invés de abrirmos à discussão, ficamos detidos a xingamentos oportunos, segundo nossas visões políticas.

O intelecto se desenvolve com diálogo, discussão e proposição de ideis. Não com a soberba de teorias fechadas e egocentrismo.

"Vamos fazer juntos?"

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